FILOSOFIA_DE_GAVETA

domingo, 29 de agosto de 2010

Uma aula de história* *O futuro do PT (**Lucia Hippólito)*


 

O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento

sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades

Eclesiais de Base.

Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do

Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição

brasileira.


 

Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT...

Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista

que foi o general Golbery.


 

Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente

paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e

um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo

eles: o proletariado.


 

O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta.

Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era

revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar

os erros das elites brasileiras.


 

O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a

música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não

gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava

com picaretas.


 

O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e

brigando com o mundo adulto.


 

Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e

governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os

petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros,

banqueiros.


 

Tudo muito chique, conforme o figurino.


 

E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a

presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos

companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de

convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.


 

A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta

estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson

Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plinio de Arruda Sampaio Junior.


 

Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em

2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que

fundaram o PSOL.


 

Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se

afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em

seguida, Frei Betto.


 

E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de

fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.


 

Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do

desligamento da senadora Marina Silva do partido.


 

Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.*


 

Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o

velho PTB de antes de 64.


 

Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas

diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do

presidente da República.


 

Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o

empresariado. Cavando benefícios para os seus.

Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai

desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração

pública dos estados e municípios. Além do governo federal,

naturalmente.

É o triunfo da pelegada.


 

*Lucia Hippolito*


 


 

domingo, 22 de agosto de 2010

Não Faz Sentido! - Políticos

 
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